Categoria: Espiritismo

Vocabulário Espírita

Vocabulário Espírita

AGÊNERE. (do grego, a, privativo, e géiné, geinomai, engendrar; que não foi engendrado). Variedade de aparição tangível; estado de certos Espíritos que podem revestir, momentaneamente, as formas de uma pessoa viva, ao ponto de fazer completa ilusão.
 

BATEDOR. Qualidade de certos Espíritos. Os Espíritos batedores são os que revelam sua presença por meio de pancadas e de ruídos de diversas naturezas.

ERRATICIDADE. Estado dos Espíritos errantes, quer dizer, não encarnados, durante os intervalos de suas existências corporais.

ESPÍRITA. O que tem relação com o espiritismo: partidário do espiritismo; aquele que crê nas manifestações dos Espíritos. Um bom, um mau espírita; a doutrina espírita.

ESPIRITISMO. Doutrina fundada sobre a crença da existência dos Espíritos e de suas manifestações.

ESPÍRITO. No sentido especial da doutrina espírita, os Espíritos são os seres inteligentes da criação, que povoam o universo fora do mundo material, e que constituem o mundo invisível.Não são seres de uma criação particular, mas as almas daqueles que viveram sobre a terra ou em outras esferas, e que deixaram o seu envoltório material.

ESPIRITUALISMO. Diz-se no sentido oposto ao do materialismo (academia); crença na existência da alma espiritual e imaterial. O espiritualismo é a base de todas as religiões.

ESPIRITUALISTA. O que tem relação com o espiritualismo; partidário do espiritualismo. Quem creia que tudo em nós não é matéria, é espiritualista, o que não implica, de nenhum modo na crença nas manifestações dos Espíritos. Todo espírita é necessariamente espiritualista; mas pode-se ser espiritualista sem ser espírita; o materialista não é nem um, nem outro. Diz-se: a filosofia espiritualista. – Uma obra escrita com as ideias espiritualistas – As manifestações espíritas são produzidas pela ação dos Espíritos sobre a matéria. – A moral espírita decorre do ensinamento dado pelos Espíritos. – Há espiritualistas que ridicularizam as crenças espíritas.
Nesses exemplos, a substituição da palavra espiritualista pela palavra espírita, produziria uma confusão evidente.

ESTEREOTITO. (do grego, stéréos, sólido). Qualidade das aparições tangíveis.

MEDIANÍMICO. Qualidade do poder dos médiuns. Faculdade medianímica.

MEDIANIMIDADE. Faculdade dos médiuns. Sinônimo de mediunidade. Essas duas palavras, a miúdo, são empregadas indiferentemente; querendo fazer uma distinção, poder-se-ia dizer que mediunidade tem um sentido mais geral, medianimidade, um sentido mais restrito. Há o dom da mediunidade. A medianimidade mecânica.

MÉDIUM. (do latim, médium, meio, intermediário). Pessoa podendo servir de intermediária entre os Espíritos e os homens.

MEDIUNATO. Missão providencial dos médiuns. Esse nome foi criado pelos Espíritos.

MEDIUNIDADE. (ver medianimidade).

PERISPÍRITO. (do grego, péri, ao redor). Envoltório semimaterial do Espírito. Nos encarnados, serve de laço ou intermediário entre o Espírito e a matéria; nos Espíritos errantes, constitui o corpo fluídico do Espírito.

PNEUMATOFONIA. (do grego, pneuma, ar, e de phoné, som ou voz). Voz dos Espíritos: comunicação oral dos Espíritos sem o concurso da voz humana.

PSICÓGRAFO. (do grego, psuké, borboleta, alma, e graphó, escrevo). O que usa a psicografia; médium escrevente.

PSICOGRAFIA. Escrita dos Espíritos pela mão do médium.

PSICOFONIA. Comunicação dos Espíritos pela voz de um médium falante.

REENCARNAÇÃO. Retorno do Espírito à vida corporal, pluralidade das existências.

SEMATOLOGIA. (do grego, semá, sinal, e logos, discurso). Linguagem dos sinais. Comunicação dos Espíritos pelo movimento dos corpos inertes.

TIPTOLOGIA. Linguagem por pancadas; modo de comunicação dos Espíritos. Tiptologia alfabética.

TIPTÓLOGO. (do grego, tuptó, eu bato). Variedade dos médiuns aptos à tiptologia. Médium tiptólogo.

Extraído de “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec) tradução de Salvador Gentile, revisão de Elias Barbosa.
Araras, SP, IDE, 26° edição, 1992 texto retirado da página da AMPARE

O Espiritismo é uma Ciência Positiva

O Espiritismo é uma Ciência Positiva

Senhores e caros irmãos espíritas.

Apraz-me vos dar este título porque, posto eu não tenha a vantagem de conhecer todas as pessoas presentes a esta reunião, quero crer que aqui estamos em família e todos em comunhão de pensamentos e de sentimentos. Admitindo, mesmo, que nem todos os assistentes fossem simpáticos à nossas ideias, não os confundira menos no sentimento fraterno que deve animar os verdadeiros Espíritas para com todos os homens, sem distinção de opinião.
Contudo, é aos nossos irmãos em crença que me dirijo mais especialmente, para lhes exprimir a satisfação, que experimento, de me achar entre eles, e de lhes oferecer, em nome da Sociedade de Paris, a saudação de fraternidade espírita.

Eu já havia tido a prova que o Espiritismo conta nesta cidade numerosos adeptos sérios, devotados e esclarecidos, perfeitamente imbuídos do objetivo moral e filosófico da doutrina; sabia que aqui encontraria corações simpáticos, e isto foi motivo determinante para que eu correspondesse ao insistente e grato convite que me foi feito por vários dentre vós, para uma curta visita este ano. A acolhida, tão amável e cordial, que recebi, permitirá que leve de minha estada aqui a mais agradável lembrança.
Certo eu teria o direito de orgulhar-me com o acolhimento, que me é feito, nos diversos centros que visito, se não soubesse que esses testemunhos se dirigem muito menos ao homem do que à doutrina, da qual sou humilde representante, e devem ser considerados como uma profissão de fé, uma adesão aos nossos princípios. É assim que os encaro, no que pessoalmente me concerne.
Aliás, se as viagens que, de tempos em tempos, faço aos centros espíritas só devessem ter como resultado uma satisfação pessoal, eu as consideraria inúteis e as cancelaria. Mas, além de contribuírem para apertar os laços de fraternidade entre os adeptos, também tem a vantagem de me fornecer assuntos de observação e de estudo, jamais perdidos para a doutrina. Independentemente dos fatos, que podem servir ao progresso da ciência, aí recolho os materiais da história futura do Espiritismo, os documentos autênticos sobre o movimento da ideia espírita, os elementos mais ou menos favoráveis ou contrários, que ela encontra, conforme as localidades, a força ou a fraqueza e as manobras de seus adversários, os meios de combater estes últimos, o zelo e o devotamento de seus verdadeiros defensores.
Entre estes últimos devem colocar-se na primeira linha todos os que militam pela causa com coragem, perseverança abnegação e desinteresse, sem segunda intenção pessoal, que buscam o triunfo da doutrina pela doutrina, e não pela satisfação de seu amor-próprio; aqueles que, enfim, por seu exemplo, provam que a moral espírita não é palavra vã, e se esforçam por justificar essa notável afirmação de um incrédulo: “Com uma tal doutrina, não se pode ser Espírita sem ser homem de bem.”
Não há centro espírita onde eu não tenha encontrado um número mais ou menos grande desses pioneiros da obra, de desbravadores terrenos, de lutadores infatigáveis que sustentados por uma fé sincera e esclarecida, pela consciência de cumprir um dever, não desanimem ante nenhuma dificuldade, encarando seu devotamento como uma dívida de reconhecimento pelos benefícios morais recebidos do Espiritismo. É justo que os nomes daqueles de que se honra a doutrina fiquem perdidos para os nossos descendentes e que um dia não possam ser inscritos no panteão espírita?
Infelizmente ao lado destes por vezes se acham os meninos terríveis da causa, os impacientes que, não calculando o alcance de suas palavras e de seus atos, podem comprometê-la; os que, por um zelo irrefletido, por ideias intempestivas e prematuras, sem o querer fornecem as armas aos nossos adversários. Depois vêm aqueles que, só considerando o Espiritismo pela superfície, sem serem tocados no coração, por seu próprio exemplo dão uma falsa ideia de seus resultados e de suas tendências morais.
Sem contradita, eis o maior escolho que encontram os sinceros propagadores da doutrina, pois muitas vezes vêm a obra, que penosamente esboçaram, desfeita por aqueles próprios que os deveriam secundar. É um fato constante que o Espiritismo é mais entravado pelos que o compreendem mal do que pelos que não o compreendem absolutamente e, mesmo, por seus inimigos declarados. E é de notar que os que o compreendem mal geralmente têm a pretensão de o compreender melhor que os outros; não é raro ver noviços que, ao cabo de alguns meses, querem ultrapassar os que têm por si a experiência adquirida em estudos sérios. Tal pretensão, que delata o orgulho, é uma prova evidente da ignorância dos verdadeiros princípios da doutrina.
Que os Espíritas sinceros, entretanto, não desanimem: é um resultado do momento de transição que vivemos. As ideias novas não podem estabelecer-se de repente e sem estorvo; como lhes é preciso varrer as ideias antigas, forçosamente encontram adversários que as combatem e as repelem; depois, as criaturas que as tomam pelo avesso, que as exageram ou as querem acomodar a seus gostos ou a suas opiniões pessoais. Mas chega o momento em que, conhecidos os verdadeiros princípios e compreendidos pela maioria, as ideias contraditórias caem por si mesmas. Já vedes o que aconteceu com todos os sistemas isolados, surgidos na origem do Espiritismo: todos caíram ante a observação mais rigorosa dos fatos, ou só encontram ainda uns poucos desses partidários tenazes que, em tudo, trepam-se em suas primeiras ideias, sem dar um passo à frente. A unidade se fez na crença espírita com muito mais rapidez do que era dado esperar. É que, em todos os pontos, os Espíritos vieram confirmar os princípios verdadeiros; de sorte que hoje há entre os adeptos do mundo inteiro uma opinião predominante que, se ainda não conta com a unanimidade absoluta, é, incontestavelmente, a imensa maioria. De onde se segue que aquele que quer marchar ao arrepio desta opinião, encontrando pouco ou nenhum eco, se condena ao isolamento. Aí está a experiência para o demonstrar.

Para remediar o inconveniente que acabo de assinalar, isto é, para prevenir as consequências da ignorância e das falsas interpretações, é preciso cuidar da divulgação das ideias justas, em formar adeptos esclarecidos, cujo número crescente neutralizará a influência das ideias erradas.
Minhas visitas aos centros espíritas, naturalmente, têm por objetivo principal ajudar os irmãos em crença em suas tarefas. Assim, as aproveito para lhes dar instruções que possam necessitar, como desenvolvimento teórico ou aplicação prática da doutrina, tanto quanto me é possível fazê-lo. O fim dessas visitas é sério e exclusivamente no interesse da doutrina; assim, não busco ovações, que nem são do meu gosto, nem do meu caráter. Minha maior satisfação é encontrar-me com amigos sinceros, devotados, com os quais a gente se pode entreter sem constrangimento e se esclarecer mutuamente, por uma discussão amistosa, em que cada um leva o contributo de suas próprias observações.
Nessas excursões não vou pregar aos incrédulos; jamais convoco o público para o catequizar. Numa palavra, não vou fazer propaganda; só apareço em reuniões de adeptos, nas quais meus conselhos são desejados e podem ser úteis; eu os dou de boa vontade aos que julgam deles necessitar; abstenho-me com os que se julgam bastante esclarecidos para os dispensar. Só me dirijo aos homens de boa vontade.
Se nessas reuniões, excepcionalmente, se insinuam pessoas apenas atraídas pela curiosidade, ficarão desapontadas, pois aí nada encontrarão que as pudesse satisfazer; e se estivessem animadas de um sentimento hostil ou de denegrimento, o caráter eminentemente sério, sincero e moral da assembleia e dos assuntos aí tratados tiraria qualquer pretexto plausível para a sua malevolência. Tais são os pensamentos que exprimo nas diversas reuniões a que devo assistir, a fim de que se não equivoquem quanto às minhas intenções.
Disse de começo que eu não era senão o representante da doutrina. Algumas explicações sobre o seu verdadeiro caráter naturalmente chamarão a vossa atenção para um ponto essencial que, até agora, não foi considerado suficientemente. Certo que, vendo o rápido progresso desta doutrina, haveria mais glória em dizer-me seu criador; meu amor-próprio aí encontraria seu crédito; mas não devo fazer minha parte maior do que ela é; longe de o lamentar, eu me felicito, porque, então, a doutrina não passaria de uma concepção individual, que poderia ser mais ou menos justa, mais ou menos engenhosa, mas que, por isso mesmo, perderia sua autoridade. Poderia ter partidários, talvez fazer escola, como muitas outras, mas certamente não teria, em poucos anos, adquirido o caráter de universalidade que a distingue.
Eis um fato capital, senhores, que deve ser proclamado bem alto. Não: o Espiritismo não é uma concepção individual, um produto da imaginação; não é uma teoria, um sistema inventado para a necessidade de uma causa. Tem sua fonte nos fatos da natureza mesma, em fatos positivos, que se produzem aos nossos olhos e a cada instante, mas cuja origem não se suspeitava. É, pois, resultado da observação, numa palavra, uma ciência: a ciência das relações entre os mundos visível e invisível; ciência ainda imperfeita, mas que diariamente se completa por novos estudos e que, tende certeza, tomará posição ao lado das ciências positivas. Digo positivas, porque toda ciência que repousa sobre fatos é uma ciência positiva, e não puramente especulativa.
O Espiritismo nada inventou, porque não se inventa o que está na natureza. Newton não inventou a lei da gravitação: esta lei universal existia antes dele; cada um a aplicava e lhe sentia os efeitos, posto não a conhecessem.
Por sua vez, o Espiritismo vem mostrar uma nova lei, uma nova força da natureza: a que reside na ação do Espírito sobre a material, lei tão universal quanto a da gravitação e da eletricidade, contudo ainda desconhecida e negada por certas pessoas, como o foram todas as outras leis no momento de sua descoberta. É que os homens geralmente sentem dificuldade em renunciar às suas ideias preconcebidas e, por amor-próprio, custa-lhes concordar que estavam enganados, ou que outros tenham podido encontrar o que eles próprios não encontraram.
Mas como, em definitivo, esta lei repousa sobre fatos e contra os fatos não há negação que possa prevalecer, terão que render-se à evidência, como os mais recalcitrantes tiveram que o fazer quanto ao movimento da terra, à formação do globo e aos efeitos do vapor. Por mais que taxem os fenômenos de ridículos, não podem impedir a existência daquilo que é.
Assim, o Espiritismo procurou a explicação dos fenômenos de uma certa ordem e que, em todas as épocas, se produziram de maneira espontânea. Mas o que, sobretudo, o favoreceu nessas pesquisas, é que lhe foi dado o poder de os produzir e os provocar, até um certo ponto. Encontrou nos médiuns instrumentos adequados a tal efeito, como o físico encontrou na pilha e na máquina elétrica os meios de reproduzir os efeitos do raio. Compreende-se que isto é uma comparação e não uma analogia.
Há aqui uma consideração de alta importância: é que, em suas pesquisas, ele não procedeu por via de hipóteses, como o acusam; não supôs a existência do mundo espiritual, para explicar os fenômenos que tinha sob as vistas; procedeu pela via da análise e da observação; dos fatos remontou à causa e o elemento espiritual se apresentou como força ativa; só o proclamou depois de o haver constatado.

Como força e como lei da natureza, a ação do elemento espiritual abre, assim, novos horizontes à ciência, dando-lhe a chave de uma porção de problemas incompreendidos. Mas se a descoberta de leis puramente materiais produziu no mundo revoluções materiais, a do elemento espiritual nele prepara uma revolução moral, porque muda totalmente o curso das ideias e das crenças mais arraigadas; mostra a vida sob um outro aspecto; mata a superstição e o fanatismo; desenvolve o pensamento e o homem, em vez de se arrastar na matéria, de circunscrever sua vida entre o nascimento e a morte, eleva-se ao infinito; sabe de onde vem e para onde vai; vê um objetivo para o seu trabalho, para os seus esforços, uma razão de ser para o bem; sabe que nada do que aqui adquire em saber e moralidade lhe é perdido, e que o seu progresso continua indefinidamente no além-túmulo; sabe que há sempre um futuro para si, sejam quais forem a insuficiência e a brevidade da presente existência, ao passo que a ideia materialista, circunscrevendo a vida à existência atual, dá-lhe como perspectiva o nada, que nem mesmo tem por compensação a duração, que ninguém pode aumentar à sua vontade, desde que podemos cair amanhã, em uma hora, e então o fruto de nossos labores, de nossas vigílias, dos conhecimentos adquiridos estarão para nós perdidos para sempre, muitas vezes sem termos tido tempo de os desfrutar.
Repito, demonstrando o Espiritismo, não por hipótese, mas por fatos, a existência do mundo invisível e o futuro que nos aguarda, muda completamente o curso das ideias; dá ao homem a força moral, a coragem e a resignação, porque não mais trabalha apenas pelo presente, mas pelo futuro; sabe que se não gozar hoje, gozará amanhã. Demonstrando a ação do elemento espiritual sobre o mundo material, alarga o domínio da ciência e, por isto mesmo, abre uma nova via ao progresso material. Então terá o homem uma base sólida para o estabelecimento da ordem moral na terra; compreenderá melhor a solidariedade que existe entre os seres deste mundo, desde que esta se perpetua indefinidamente; a fraternidade deixa de ser palavra vã; ele mata o egoísmo, em vez de ser morto por ele e, muito naturalmente, imbuído destas ideias, o homem a elas conformará as suas leis e suas instituições sociais.
O Espiritismo conduz inevitavelmente a essa reforma. Assim, pela força das coisas, realizar-se-á a revolução moral que deve transformar a humanidade e mudar a face do mundo; e isto muito simplesmente pelo conhecimento de uma nova lei da natureza, que dá um outro curso às ideias, uma significação a esta vida, um objetivo às aspirações do futuro, e faz encarar as coisas de outro ponto de vista.
Se os detratores do Espiritismo – falo dos que militam pelo progresso social, dos escritores que pregam a emancipação dos povos, a liberdade, a fraternidade e a reforma dos abusos – conhecessem as verdadeiras tendências do Espiritismo, seu alcance e seus inevitáveis resultados, em vez de o atacar, como o fazem, de lançar incessantemente obstáculos no seu caminho, nele vissem a mais poderosa alavanca para chegar à destruição dos abusos que combatem; em vez de lhe serem hostis, o aclamariam como um socorro providencial. Infelizmente, na sua maioria, creem mais em si do que na Providência. Mas a alavanca age sem eles e apesar deles, e a força irresistível do Espiritismo será tanto melhor constatada quanto mais tiver que combater. Um dia deles dirão – o que não será para sua glória – o que eles próprios dizem dos que combateram o movimento da terra e dos que negaram a força do vapor. Todas as negações, todas as perseguições não impediram que estas leis naturais seguissem o seu curso, como todos os sarcasmos da incredulidade não impedirão a ação do elemento espiritual, que é, também, uma lei da natureza.
Considerado desta maneira, o Espiritismo perde o caráter de misticismo, que lhe censuram os detratores ou, pelo menos, os que não o conhecem. Não é mais a ciência do maravilhoso e do sobrenatural ressuscitada, é o domínio da natureza, enriquecido por uma lei nova e fecunda, uma prova a mais do poder e da sabedoria do Criador; são, enfim, os limites recuados do conhecimento humano.
Tal é, em resumo, senhores, o ponto de vista sob o qual se deve encarar o Espiritismo. Nesta circunstância, qual foi o meu papel? Não é nem o de inventor, nem o de criador. Vi, observei, estudei os fatos com cuidado e perseverança; coordenei-os e lhes deduzi as consequências: eis toda a parte que me cabe. Aquilo que fiz outro poderia ter feito em meu lugar. Em tudo isto fui apenas um instrumento dos pontos de vista da Providência, e dou graças a Deus e aos bons Espíritos por terem querido servir-se de mim. É uma tarefa que aceitei com alegria, e da qual me esforcei por me tornar digno, pedindo a Deus me desse as forças necessárias para a realizar segundo a sua santa vontade. A tarefa, entretanto, é pesada, mais pesada do que podem supô-la; e se tem para mim algum mérito, é que tenho a consciência de não haver recuado ante nenhum obstáculo e nenhum sacrifício; será a obra da minha vida até meu último dia, pois ante um objetivo tão importante, todos os interesses materiais e pessoais se apagam, como pontos diante do infinito.
Termino esta curta exposição, senhores, dirigindo sinceras felicitações aos nossos irmãos da Bélgica, presentes ou ausentes, cujo zelo, devotamento e perseverança contribuíram para a implantação do Espiritismo neste país. As sementes que foram plantadas nos grandes centros de população, como Bruxelas, Antuérpia, etc., tenho certeza, não terão sido lançadas em solo árido.

(da Revista Espírita, Novembro de 1864, tradução de Julio de Abreu Filho,
volume 11 das obras completas de Allan Kardec publicada pela EDICEL, páginas 319-326)

O Início

O Início

O Espiritismo nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica.

Surgimento da doutrina dos Espíritos

“Os Espíritos anunciam que os tempos marcados pela providência para uma manifestação universal estão chegados e que, sendo os ministros de Deus e os agentes da sua vontade, cabe-lhes a missão de instruir e esclarecer os homens, abrindo uma nova era para a regeneração da Humanidade”.

Allan Kardec – “O Livro dos Espíritos”


O Consolador Prometido

Poucas horas antes de ser entregue aos judeus, por ocasião da última ceia, profere Jesus as seguintes palavras: “Se me amais, guardai os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro consolador, para que fique eternamente convosco, o Espírito da Verdade, a quem o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece. Mas vós o conhecereis, porque ele ficará convosco e estará em vós. – Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”. (João XIV: 15 a 17; 26)
Com essas palavras, Jesus se refere a um outro consolador, o Espírito de Verdade, que deveria vir mais tarde, ensinar todas as coisas, ficando claro que, em sua época, ele não havia dito tudo.
Se, portanto, esse consolador vem fazer lembrar o que o Cristo disse, é que o seu ensino foi esquecido ou mal compreendido.
Assim, retirando o véu dos “mistérios” que cobria os ensinamentos das escrituras realiza o Espiritismo o que Jesus disse do consolador prometido: permite ao homem ter acesso às grandes verdades espirituais, dá-lhe o entendimento de onde vem para onde vai e porque está na Terra, restitui-lhe a lembrança dos verdadeiros princípios da lei de Deus, e oferece-lhe consolação através da fé e da esperança.

A revelação divina através de Moisés, Cristo e o Espiritismo

Jesus dizia não ter vindo para destruir a lei de Deus, mas sim cumpri-la. Isto quer dizer, veio desenvolvê-la, dar-lhe o seu verdadeiro sentido e apropriá-la ao grau de adiantamento dos homens.
Por isso, encontramos nessa lei o princípio dos deveres para com Deus e para com o próximo, que constitui a base de sua doutrina. Quanto às leis de Moisés propriamente ditas, ele, pelo contrário, as modificou profundamente, no fundo e na forma. Combateu constantemente o abuso das práticas exteriores e as falsas interpretações e não podia fazê-las passar por uma reforma mais radical do que reduzindo-as a estas palavras: “Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo”, e ao acrescentar: “Esta é toda a lei e os profetas”.
Dessa forma, a lei do Antigo Testamento estava personificada em Moisés. A do Novo Testamento personifica-se em Cristo.
O Espiritismo é a terceira revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém (nem mesmo em Allan Kardec, que foi apenas o seu codificador), porque esta revelação é produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da terra e por inúmerável multidão de intermediários (médiuns).
O Espiritismo nada ensina contrário ao ensinamento do Cristo, mas o desenvolve, completa e explica, em termos claros para todos, o que foi dito sob forma alegórica.

Ciência e Religião

Explica Allan Kardec que a Ciência e a Religião, que não se entendiam, encontram agora o seu laço de ligação, através do conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal.
“Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido”.
Obviamente, há os que ainda ficam retardatários, até que sejam arrastados pelo movimento geral, uma vez que é toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Tudo isso é conseqüência da lei do progresso, que é uma das leis de Deus.

Aspectos históricos do Espiritismo

Nos séculos XVI e XVII a Reforma Protestante atenua a predominância da Igreja Católica, favorecendo uma atmosfera propícia à fermentação de ideais libertadores. É justamente neste período que começam as primeiras manifestações de Espíritos, como a chamar a atenção do homem e prepará-lo para a chegada do Consolador, que nasceria em meados do século XIX.
Os espíritas tomaram o ano de 1848, com o fenômeno de Hydesville, como o marco do surgimento do Moderno Espiritualismo. Em 18/04/1857, com a primeira edição de O Livro dos Espíritos, codificado por Allan Kardec, nascia, oficialmente o Espiritismo.
Mas antes dessa data, algumas pessoas se destacaram pela sua capacidade de produzir fenômenos espiríticos. Estudaremos algumas dessas personalidades.

Emmanuel Swedenborg – Extraordinário vidente suéco. Educado entre a nobreza de seu país, era católico e profundo estudioso da Bíbilia. Longe de ser um místico visionário, perdido na subjetividade de suas visões, era grande autoridade em Física e Astronomia, autor de importantes trabalhos sobre as marés e determinação das latitudes. Zoologista, anatomista, financista e político, era engenheiro de minas, com grande conhecimento em metalurgia.
Seu potencial mediúnico desabrochou em abril de 1744, em Londres, onde desenvolveu seu trabalho por vinte e sete anos e esteve em contato constante com o mundo dos Espíritos.
Suas obras são descrições de suas extraordinárias experiências com o mundo espiritual. Assim ele descreve sua primeira visão: “Na mesma noite o mundo dos espíritos, do céu e do inferno, abriu-se convincentemente para mim, e aí encontrei muitas pessoas de meu conhecimento e de todas as condições. Desde então diariamente o Senhor me abria os olhos de meu Espírito para ver, perfeitamente desperto, o que passava no outro mundo e para conversar, em plena consciência, com anjos e Espíritos”
Numa clara antecipação aos ensinos sobre a atmosfera fluídica que a Doutrina Espírita nos traz, afirmava que uma densa nuvem havia se formado em redor da Terra, em razão do baixo teor psíquico da humanidade e que de tempos em tempos havia um julgamento e uma limpeza, assim como a trovoada aclara a atmosfera material.
Deixou ensinos importantes, porém, com trechos empolados e difíceis. Sua principais obras são: “O Céu e o Inferno”, “A Nova Jerusalém” e “Arcana Celestia”.
(Estudos correlatos no site: “Breve História do Moderno Espiritualismo”)


Pastor Edward Irving – Nascido na Escócia, sua experiência com manifestações mediúnicas em sua pequena igreja, entre 1830 e 1833, apresentam interessante prenúncio da eclosão psíquica que seria encadeada uma década mais tarde.
Irving, homem modesto, conservador e por vezes excêntrico, pertencia a classe de trabalhadores braçais, tendo recebido sua educação na escola da Igreja Escocesa.
Posteriormente torna-se um pastor eloqüente e consciencioso, servidor dos mais necessitados de sua comunidade de Regent Square.
Profundamente interessado pelas profecias bíblicas, por volta de 1830 toma conhecimento de que ao oeste da Escócia o esquecido “dom das línguas” estava voltando como patrimônio da humanidade.
Um emissário é enviado ao local. Verifica, então, pessoas de boas reputação falando estranhas línguas, realizando manifestações acompanhadas por milagres de curas e outros sinais.
Tudo acontecia sem fraudes, sob o influxo de uma estranha força, levando aquela gente de retorno aos tempos apostólicos.
Esses estranhos fenômenos logo também irromperam na igreja de Irving. Em julho de 1831 corria boato de que certos membros da congregação estavam sendo tomados de maneira estranha em suas próprias residências e que discretas manifestações ocorriam na sacristia e outros recintos.
O pastor, perplexo, não pode impedir a ocorrência acentuada desses fenômenos. Rapidamente sua igreja é palco de um pequeno pentecostes onde gritos e ruídos supranormais, possessões, mas também curas e profecias ocorrem, atraindo multidão, desagradando conservadores e gerando comentários desfavoráveis nos jornais.
Como os limites do sistema religioso da igreja escocesa eram muito estreitos e as manifestações ocorriam em momentos inoportunos, sem nenhum controle, os “oradores” sensitivos começaram a achar seus próprios discursos diabólicos e heréticos. O que diziam não se acomodavam às suas próprias convicções espirituais. Entraram pelo frágil terreno das profecias e se viam envergonhados quando elas não se cumpriam.
Seja como for, no fenômeno das vozes da igreja do pastor Edward Irving, verificam-se inequívocos sinais de verdadeira força psíquica atuante, filtrada e distorcida pela estreiteza teológica e sectária dos médiuns envolvidos.

Andrew Jackson Davis – nascido em Nova Iorque, em 1826, Davis era um jovem sem cultura e filho de família pobre. Seus poderes psíquicos começam a se desenvolver ao final de sua infância.
Auxiliado por um magnetizador, projetava-se pelo mundo espiritual, dele trazendo surpreendentes informações. Dotado de grande clarividência, seu magnetizador dela se utilizava para diagnóstico de doenças.
Manifestou o desejo de escrever um livro, aos dezenove anos de idade, e o fez, em estado de transe mediúnico, sempre submetido por um magnetizador.
Embora jovem e ignorante, as palavras proferidas pelo médium denotavam um teor de elevado conhecimento e sabedoria, sendo anotadas num caderno por um secretário.
Assim iniciava um trabalho que prolongaria por muitos anos e daria origem a inúmeros livros, todos reunidos com o nome de “Filosofia Harmônica”. Particularmente nesta fase de sua vida, Davis dizia estar sob a influência direta de uma entidade que, posteriormente, identificou-se como sendo Swedenborg.
Aos vinte anos, não mais necessitando do magnetizador para entrar em transe, suas faculdades alcançavam pleno desenvolvimento, passando a ter notáveis experiências de clarividência.
Teve precisas visões do mundo espiritual, do fenômeno da morte e realizou profecias importantes como o aparecimento do automóvel, da máquina de escrever e do advento do próprio Espiritismo.
Foi um grande preparador da revelação espírita. Na memorável noite de 1848, quando em Hydesville, na residência da família Fox estabelecia-se o primeiro e ostensivo episódio mediúnico que marcaria o início do espiritismo, Davis registrou em uma de suas notas: “Esta madrugada um sopro quente passou pela minha face e ouvi uma voz, suave e forte, dizer: -‘Irmão, um bom trabalho foi começado – olha! Surgiu uma demonstração viva'”.

Hydesville – o marco inicial do moderno espiritualismo

Em 1848, no vilarejo de Hydesville, América do Norte, estado de Nova Iorque, na residência de uma família chamada Fox, fenômenos inusitados dariam início ao surto de uma grande invasão psíquica organizada que se propagaria por toda a Terra.
Esses fenômenos consistiam em batidas e estranhos ruídos na madeira das paredes da casa, cujas origens pareciam ser provenientes de uma inteligência oculta, desejando se comunicar.
As irmãs Kate e Margaret Fox, duas meninas de 11 e 14 anos, eram as médiuns causadoras do fenômeno que passou a chamar atenção dos moradores vizinhos.
Isso tudo causava transtornos e muito medo na família. A sra. Fox, em apenas uma semana, ficou com seus cabelos embranquecidos.
Através dos ruídos na madeira, as próprias meninas convencionaram um código pelo qual se estabelecia uma comunicação com a inteligência invisível. Uma batida na madeira significava “sim”, duas, significavam “não”, além de outros sinais que simbolizavam letras ou palavras.
Dessa forma, interrogadas sobre sua natureza, através das batidas, a própria inteligência invisível se apresenta como sendo o Espírito de um homem que vivera no mundo, naquela mesma casa, cinco anos antes, mas que fora assassinado.
Com essa revelação, algumas pessoas escavaram o local e encontraram cabelos e ossos humanos. Cinqüenta anos mais tarde, pesquisas revelaram toda a autenticidade dos fatos narrados pelo Espírito e que este se chamava Charles Rosna, tendo sido assassinado e enterrado exatamente como revelara anteriormente, através das batidas.
Esses fatos atraíram a atenção do mundo todo e por muito tempo as irmãs Fox foram submetidas a demonstrações públicas, pesquisas desconfortáveis, ao assédio e à cobiça de empresários, o que resultou tornarem-se alvo de muitas polêmicas.
>Foram envolvidas por influências perniciosas e, por desconhecerem as leis que regem a mediunidade, sofreram muitos desenganos, terminando seus dias de forma triste e obscura.
Mas as sementes estavam lançadas e já o mundo começava a viver a grande explosão de fenomenologia psíquica.

A notável mediunidade de Daniel Dunglas Home

Proveniente de uma pequena aldeia da Escócia, um outro fenômeno mediúnico começou a despertar a atenção das massas.
Quase concomitante às irmãs Fox, Daniel Dunglas Home tornava-se conhecido mundialmente em função de suas extraordinárias faculdades paranormais, chamando a atenção de sábios e estudiosos de todas as partes do mundo.
Suas prodigiosas faculdades de vidência, levitação, efeitos físicos, desdobramento, proporcionaram fantásticas demonstrações, muitas dessas testemunhadas por pessoas sérias e de grande credibilidade.
Considerado o mais surpreendente médium do mundo, Home jamais se envolveu com dinheiro, dando sempre testemunho de grande fé em Deus e atribuindo a responsabilidade dos fenômenos que produzia aos Espíritos.
Allan Kardec não o conheceu, embora fosse seu contemporâneo, mas faz comentários sobre ele em sua obra, pois suas demonstrações fenomênicas eram provas autênticas da imortalidade da alma.


O fenômeno das “mesas girantes” nos salões da América e da Europa

Em 1850, milhares de americanos -alguns ilustres e renomados- acreditavam nos fenômenos e os praticavam, levando-os a evoluir para a forma de mesas girantes.
Espalhando rapidamente pela Europa, essa nova febre, também chamada “mesa falante”, tomou conta dos salões nobres da época.
Reunidas ao redor de mesinhas de três pés, as pessoas faziam perguntas e os Espíritos respondiam com pancadas. Esses fenômenos ocorriam desde os palácios às choupanas e, por quatro anos consecutivos, causaram grande sensação.
Essas práticas fenomênicas alcançaram os salões de Paris onde morava o insigne educador francês, Hyppolite Léon Denizard Rivail.

Allan Kardec, o Codificador

O Professor Rivail é convidado a presenciar os fenômenos, mas de início não se interessou, acreditando tudo ser apenas mais uma diversão social. No entanto, pela insistência de amigos, compareceu a uma dessas reuniões e logo percebeu haver nessas manifestações uma causa inteligente.
Assim, passa a investigar e a notar que os comunicantes não eram iguais e cada qual, ao se comunicar, explicava, ao seu modo e grau de adiantamento moral e intelectual, aspectos do mundo invisível.
Dando prosseguimento em seus estudos, revisou cinqüenta cadernos de escritos mediúnicos, que já haviam sido obtidos por duas médiuns de doze e quatorze anos.
Passou então a formular perguntas aos Espíritos, catalogar e a comparar respostas. Entrou em contato com outros médiuns e, por fim, chegou a conclusões e revelações fundamentais que reuniu em um livro denominado “O Livro dos Espíritos”, que veio a apresentar ao público no dia 18 de abril de 1857.
Em 1861, dando continuidade a suas pesquisas, lançou “O Livro dos Médiuns”, em 1864, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 1865 “O Céu e o Inferno” e em 1868 “A Gênese”, formando o Pentateuco Espírita.
Allan Kardec é chamado O Codificador do Espiritismo em razão de haver organizado os ensinos revelados pelos Espíritos, formando assim uma coleção de leis (um código).
O Codificador ainda escreveu as seguintes obras: “O que é o Espiritismo”, “Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita”, “O Principiante Espírita”, além de editar a “Revista Espírita” até por ocasião de sua morte, em 1869. De sua lavra ainda consta “Obras Póstumas”, composto por textos inéditos.
O codificador, para distinguir sua obra espírita dos livros que editara anteriormente, adotou o pseudônimo de Allan Kardec, nome que, conforme revelação feita, tivera em encarnação anterior, ainda em solo francês, ao tempo dos druidas.

Fonte: Cent. Est. Esp. Paulo Apóstolo de Mirassol – SP – Brasil

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