Leôncio Correia nasceu em Paranaguá, Estado do Paraná, em 1º de Setembro de 1865.
Poeta, jornalista, educador, teatrólogo, conferencista, alma de verdadeiro patriota, Leôncio Correia pôs sempre seu coração ao serviço das nobres causas. Republicano histórico, tendo tomado parte na campanha abolicionista, começou a sua vida pública muito moço, no Paraná, onde se bateu pela implantação da República.
Foi deputado estadual no Paraná, deputado federal, diretor da Instrução Pública do Rio de Janeiro, diretor do Colégio Pedro II, diretor da Imprensa Nacional. Durante muito tempo lecionou História Universal na Escola Normal do Rio de Janeiro, da qual foi, mais tarde, Diretor. Na política, na imprensa e na tribuna, foi sempre um defensor das liberdades públicas. Era formado em Direito, mas não abraçou a advocacia nem a magistratura. Desenvolveu grande atividade literária, sendo sua carreira literária uma das mais fulgurantes e fecundas do Brasil. Era membro da Academia Paranaense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, da Academia Carioca de Letras, da Federação das Academias de Letras, do Instituto Brasileiro de Cultura, e outras instituições literárias. Deixou diversos livros publicados.
Foi pioneiro do Dia da Bandeira, pois em 1907, quando diretor da Instrução Pública, tornou obrigatório, nas escolas primárias, a Festa da Bandeira.
Em 1922 tomou parte no Congresso Espírita realizado no Rio de Janeiro. Pertenceu ao Conselho da Associação Espírita Obreiros do Bem, foi presidente da Liga Espírita do Brasil. No dia 15 de Novembro de 1939, na Associação Brasileira de Imprensa, quando se comemorou o cinqüentenário da República Brasileira, Leôncio Correia ocupou a presidência de honra do 1º Congresso Brasileiro de Jornalistas Espíritas.
Com as luzes de sua cultura e a grandeza de seu coração, prestigiou diversos movimentos espíritas no Rio de Janeiro. Na mencionada Liga Espírita, cujos destinos dirigiu com bondade e elevação espiritual, Leôncio Correia foi o amigo, o conselheiro abalizado, o companheiro dedicado de sempre. Viveu como cidadão impoluto e encerrou o ciclo de sua existência terrena com o espírito tranqüilo e convicto da existência de Deus e da imortalidade da alma.
Leôncio Correia deixou declarações escritas em 25 de Fevereiro de 1948, tendo sido conservadas em envelope fechado até o dia de seu desencarne, dizendo o seguinte:
“ Minhas últimas vontades:
Desejo que o meu enterro seja o mais simples, o mais modesto possível. Aos parentes e pessoas amigas que tencionem enviar coroas para cobrir o meu féretro, peço desistirem desse piedoso intento, fazendo distribuir entre a pobreza as importâncias a tal fim destinadas.
Sobre o pedaço de terra em que tenho de ser enterrado, desejo apenas uma pedra tosca, com os seguintes dizeres: Aqui jaz quem foi Leôncio Correia. A data de meu nascimento e a data de minha morte.
Aos irmãos rogo dirijam preces ao Pai, em intenção do meu espírito.
Não quero que ponham luto por motivo da minha morte. A morte não é o fim, é um princípio, princípio esclarecedor, que explica o porquê da vida. A mesquinha e pretensiosa inteligência materialista, na impossibilidade de aprender esta verdade, dá de ombros com fingida indiferença, sempre que é posto em equação esse transcendente problema.
Desejo que o meu enterro saia da capela do cemitério de São João Batista, possibilitando assim aos meus amigos pobres (se é que os tenho) poderem dizer-me adeus sem o sacrifício com despesas de automóvel.”
Leôncio Correia desencarnou no Rio de Janeiro, no dia 19 de junho de 1950 e além das fronteiras da morte, o poeta continua, vez por outra, a nos deleitar com suas magníficas produções. Uma delas está publicada no “Parnaso de além Túmulo”, obra mediúnica de Chico Xavier.
Livro:Grandes Espíritas do Brasil
Autor: Zêus Wantuil
Editora: Federação Espírita Brasileira